segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

"Filho de peixe, peixinho é"

No palco, e nas telas, Fiuk mostra que é muito mais que o simples filho de Fábio Jr.

Mãe artista plástica, irmã atriz e pai cantor. Já era de se esperar Filipe Kartalian Ayrosa Galvão, ou como ele é realmente conhecido, Fiuk, também seguisse carreira no mundo do entretenimento. Mas nada foi tão fácil quanto se imagina. Ainda quando criança, ele deixou essa opção de lado, por pura pressão externa. Mas, para a felicidade de meninas de todo o país, a veio artística falou mais alto.
Na semana passada, Fiuk esteva na capital paraense e fez a alegria de milhares de fãs no Amazônia Hall. Hoje, com a certeza absoluta de seu destino, o artista é sucesso na TV, dando vida ao mulherengo Agenor em "Aquele Beijo". Na música, Fiuk deixou a segurança de sua primeira banda, a Hori, para se lançar em carreira solo e já emplacou um hit nas paradas de sucesso. E não era pra menos, "Quero Toda Noite" foi gravada em parceria com um dos maiores nomes da música brasileira: Jorge Ben Jor.
Entre autógrafos e fotos no camarim, ele arranjou um tempo e conversou exclusivamente com a nossa equipe.  No bate-papo, o jovem artista revelou os novos desafios da carreira solo e o peso de ser filho de um cantor consagrado.

O mundo artístico sempre esteve presente na sua vida. Como começou seu envolvimento com este meio? Existiu algum tipo de pressão?
Fiuk: Até os 11 anos de idade, eu me sentia muito pressionado e afirmava que não queria cantar de jeito nenhum. Eu nem me entendia como gente e as pessoas diziam "Filho de peixe, peixinho é". Fiquei um pouco assustado com aquilo tudo. Mas chegou um momento que eu desencanei e tive certeza absoluta que queria seguir carreira. E fui do meu jeito, escutando novas bandas e arriscando por conta própria. 

E qual é a principal dificuldade, fora essa pressão inicial, de ser filho do Fábio Jr. Você pede conselho pra ele?
Fiuk: Não vejo nenhum tipo de barreira. Ele é um cara muito especial e, apesar de ser muito ocupado, me ajuda bastante em diferentes áreas da minha vida. O conselho que ele me dá é sempre o mesmo: vai pra cima. Ele sempre diz pra eu aprender fazendo e isso me ajuda bastante. 


Seu primeiro personagem de destaque na TV foi o Bernardo, no seriado "Malhação ID". Como foi essa experiência? O que você aprendeu? 
Fiuk: Foi demais, uma experiência inexplicável. Foram quase 9 meses de uma rotina de gravação intensa. Tive a oportunidade de conhecer excelentes profissionais com os quais aprendi muito. Sem contar que fiz uma amizade para toda a vida, o Murilão (Murilo Couto). Ele é uma pessoa muito especial e talentosa e foi o único que eu me aproximei de verdade. Até hoje nos falamos.

Como você lida com o assédio feminino?
Fiuk: Eu adoro, o carinho delas não tem preço. É um afeto de graça e é muito gostoso sentir isso e poder devolver de alguma forma. É gratificante.

E como sua namorada reage? Ela te acompanha?
Fiuk: Ela me acompanha sim e entende numa boa. Ela sabe o que eu amo isso mais que tudo na minha vida, então ela me apoia.

Sua vida virtual é muito ativa, com perfil no Twitter; Facebook e Instagram. Como esse contato direto com as fãs ajuda nessa relação?
Fiuk: Acho muito saudável. Há 20 anos, os artistas eram vistos como irreais e muito distantes e a internet humanizou os grandes ídolos. O mais legal é saber a resposta do público de forma imediata, o feedback é instantâneo. Sempre que tenho tempo, respondo para o maior número de pessoas.

Recentemente, você assinou uma linha de roupa. De onde surgiu essa ideia? Como o mundo fashion te inspira?
Fiuk: Não conheço nomes de estilistas consagrados e não tenho ideia de como esse mundo funciona. Mas eu sempre adorei vestir as minhas roupas. Então, uma marca me procurou e fez essa proposta. Aceitei com uma condição: que não fugisse do meu estilo. E foi muito legal, a ideia deu certo. Eu já tinha esse projeto há algum tempo e consegui colocar em prática.

A música "Quero Toda Noite" em parceria com o Jorge Ben Jor já é sucesso. Como foi gravar com um ídolo consagrado? 
Fiuk: Ele é uma lenda, às vezes custo a acreditar que fiz uma parceria com um artista tão influente. Lembro que no meio da gravação ele dizia: "Tá bonito!", e eu tremia de emoção. É muito louco, não acredito que eu ganhei um respeito de um monstro da música. E a parceria não teve nenhum intermediário, eu mesmo mandei a música e ele gostou e gravamos.

Como foi sair da sua banda, a Hori, e lançar carreira solo?
Fiuk: Nós já tínhamos percorrido uma longa estrada. Foram setes anos e certa de 300 shows, passamos por muitos momentos especiais. Agora, um mundo novo se abre. Vou começar do zero. Estou aprendendo muito e disposto a enfrentar novos desafios.

E o que você tem escutado recentemente? 
Fiuk: Tenho escutado bastante John Mayer e Paramore.

Atualmente, você está gravando 'Aquele Beijo'. A rotina de gravação não interfere na sua agenda de shows? Como você concilia?
Fiuk: Não tenho ideia, mas eu me viro. Diferente do que todo mundo pensa, atuar exige bastante tempo, são cerca de oito horas gravando e mais ensaios. Mas vale a pena, me sinto completo cantando e atuando.

O Fiuk faz o que no pouco tempo que sobra?
Fiuk: Tento sempre fazer algo produtivo. Ultimamente tenho me dedicado a um esporte novo, o 'Drift' (técnica de direção que consiste em deslizar nas curvas escapando a traseira do carro). Faço manobras com o carro, tipo 'Velozes e Furiosos' (risos). Minha história com o esporte começou quando criança, quando fazia manobras no quadriciclo ainda no sítio do meu pai. Este esporte foi o único que me prendeu de verdade.

Essa é a sua segunda vez na capital paraense. Qual é a sua impressão da cidade? 
Fiuk: A referência que eu tinha de Belém era as piadas que o Murilo Couto contava. E ele sempre brincava dizendo que as pessoas esqueciam que Belém estava no mapa do Brasil (risos). Mas eu gostei de tudo, as pessoas são supersimpáticas e a cidade é linda.


Entrevista feita por Thiago Freitas em Belém do Pará no último dia 14 de Janeiro. Créditos ao Diário do Pará.

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